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Sem educação não há salvação
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Publicado em 10/02/2019

 

Ideias mirabolantes, criativas e produtivas podem ser pensadas; podemos incentivar a vinda para o país de centenas de empresas; destinar rios de dinheiro para infinitos projetos sociais, ambientais, econômicos... enfim, que envolvam políticas públicas. Todavia, se não tivermos um povo preparado e educado podemos afirmar que de nada adiantará, as ideias, as empresas e o dinheiro.

Mas é justamente isto que acontece com o nosso país, por falta de mão de obra qualificada muitas empresas não abrem aqui suas filiais ou até mesmo promovem expansões. As ideias, mesmo brilhantes, se perdem na falta de apoio ou condições básicas de desenvolvimento, sem falar na constante “fuga de cérebros” para outras nações.

Somos um país que figura há muito tempo entre as 10 nações mais ricas do mundo, portanto dinheiro não seria o nosso problema, mas não há riqueza que resista nas mãos de maus gestores. A burocracia, inoperância e falta de metas a serem perseguidas, características comuns destas gestões, simplesmente conseguem gastar dinheiro sem produzir nada que melhore as condições sociais.

E como mudar este cenário? Na minha simplória opinião, sem educação não há salvação. Podemos pensar tudo, criar tudo, mas sem uma educação que de fato promova o conhecimento ficaremos eternamente no mundo das lamentações. Chorando as oportunidades perdidas e utopicamente almejando por dias melhores.

Enquanto nossa educação escolar e sua verdadeira finalidade continuar fora do foco central das políticas públicas, ficaremos eternamente enxugando gelo ou patinando em atoleiro. Não é possível um país que quer se desenvolver tratar a escola, em todas as suas dimensões, como o Brasil o faz.

Na educação brasileira não falta dinheiro, mas o mesmo se pulveriza na corrupção, burocracia e má gestão. Nas salas de aula uma grande massa ainda prefere e almeja unicamente o diploma em total detrimento do conhecimento. Praticamente universalizamos o ensino básico e criamos uma série de facilidades para o ingresso no ensino superior, mas mesmo assim, continuamos sempre mal colocados nos rankings mundiais que avaliam o processo educacional.

A política da qualidade parece não existir quando se trata da educação brasileira. Pouquíssimas escolas apresentam indicadores positivos. Queremos ser um povo escolarizado, cheio de diplomas, mesmo que isto não se reflita em qualidade educacional, em conhecimento que propulsione a mudança social que precisamos. E a consequência de tudo isto: passamos pelas escolas, mas não permitimos que a educação faça morada em nós, de puros analfabetos, ganhamos um outro codinome: analfabetos funcionais.

Sem educação de qualidade estaremos fadados ao eterno caos social no qual estamos imersos. Sem educação não há salvação e sim a manutenção desde quadro terrível de desigualdades sociais com ares de progresso. Triste destino de um país tão rico!

 

Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

 

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