Dizem que uma andorinha sozinha não faz verão, bem como há, principalmente no seio de nossa sociedade, um sentimento que nos leva a crer que nossas atitudes individuais não são importantes.
Geralmente acreditamos que aquilo que fazemos ou pensamos de forma individual não faz diferença na sociedade em que vivemos. Infelizmente pensar assim torna-se um dos agravantes de tudo aquilo que acontece, sendo que nos casos de maior gravidade acaba sendo um complicador.
Nossas ações, por mais simples que possam parecer, sempre geram algum reflexo no ambiente em que vivemos, independentemente se é de forma positiva ou negativa. Nossas ações provocam reações distintas, sendo que em muitos casos nem sempre conseguimos imaginar ou mensurar.
Viver em sociedade é assim, seres únicos e individuais que se somam, multiplicam, ou se dividem ou subtraem. Mas sempre um dos resultados é o reflexo das nossas ações que se unem a tantas outras.
Dito isto, pensemos em algumas situações que exemplificam a importância de cada um de nós. Quantos casos de pessoas com dengue seriam evitados se cada um de nós cuidasse da própria casa e do próprio quintal? Quantos casos de COVID-19 seriam evitados se cada um de nós fizesse a sua parte?
Quando digo fazer a sua parte, além de seguir as orientações dos especialistas no assunto, acrescento também os cuidados com a higiene, que se faz no jeito de tossir e espirrar, no lavar das mãos com frequência, frequentar ambientes públicos somente quando for de fato necessário e não esquecendo de manter a devida distância das outras pessoas, enfim, não podemos descartar a importância do papel e da função de cada um de nós para resolver as aflições que nos assolam.
Nenhum problema se resolverá quando pensarmos que somente o outro deve ser o responsável para solucioná-lo. Devemos ser protagonistas da própria existência, e isso se faz à medida que agimos conscientemente da nossa importância como um ser que pode parecer simples, mas que é de grande importância no contexto social.
Voltando à proliferação do COVID-19, perceba bem como ela aconteceu. O vírus não foi propagado, na grande maioria dos casos, por grupos, mas sim por uma única pessoa que mesmo sem saber, tornou-se o vetor do vírus, levando-o para os seus países e automaticamente contaminado centenas de outras pessoas e infelizmente levando a óbito tantas outras.
Somos únicos, isso é fato, mas na mesma proporção somos muito mais que imaginamos ser. Somos responsáveis pela nossa vida e de grande importância para a existência da vida dos outros que nos cercam.
Por fim, não esqueçamos que “o feitiço pode virar contra o feiticeiro”, portanto, nosso desleixo pode provocar em nós os próprios males que achamos que nunca acontecerão conosco. A vida do ser segue seu fluxo na medida que somos atento à ela dando-a sua devida importância. Tudo acontece com todos, levando-se em conta que navegamos no mesmo barco.
Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.