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Cuidar do meio ambiente é tolice ou necessidade? - Walber Gonçalves de Souza e Miriam Rodrigues Ferreira de Souza
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Publicado em 26/08/2019

 

O embate entre ambientalistas e céticos no que se refere aos cuidados com o meio ambiente é frenético e intenso. Cada grupo, ao seu modo e interesse, busca a construção dos seus respectivos argumentos, sempre na óbvia tentativa de convencer o cidadão comum que seus pontos de vistas são os corretos. E o cerne da questão é: afinal, cuidar do meio ambiente é tolice ou necessidade?

                Assim, a sociedade vive num fogo cruzado, não sabendo em quem acreditar e acaba acampando nos argumentos daqueles que possuem certa aptidão ideológica, mesmo não tendo convicção ou conhecimento que de fato os argumentos apresentados possuem coerência. Na era dos extremos políticos as questões ambientais acabam se tornando apenas mais uma bandeira ideológica e o que realmente interessa acaba ficando em segundo plano.

                E o que interessa deveria ser um meio ambiente equilibrado que proporcione uma qualidade de vida que seja aceitável para os padrões da dignidade humana que trocando em miúdos seria: um ar respirável; terra fértil; água para suprir as necessidades humanas; a conservação da biodiversidade, pois é dela que se tira o princípio ativo de tantos medicamentos e cosméticos; enfim, o que não nos falta são motivos para querer um ambiente preservado.

                Mas o que estamos vivenciando é justamente o contrário. Estamos acabando com tudo, sendo os maiores predadores da natureza, agimos irresponsavelmente como se não tivéssemos nada com isso, como se as questões ambientais não fossem necessárias à própria existência humana.

                Assim, choramos e lamuriamos quando falta água na torneira, quando as nascentes desaparecem nas propriedades rurais, quando surgem problemas alérgicos devido à poluição do ar, quando ingerimos agrotóxicos em excesso nos alimentos, quando nossas casas ficam infestadas de mosquitos transmissores de diversas doenças, quando as barragens estouram provocando a morte e sofrimento para centenas de famílias, quando as tempestades inundam nossas cidades; enfim, o que não nos faltam são exemplos. Todavia só choramos e reclamamos. Não procuramos refletir as causas dos problemas pois acreditamos que eles não nos pertencem.

                Nossa omissão, em todos os aspectos da vida em sociedade, que se manifesta através das políticas públicas ineficientes, da ação individual destruidora e das ONGs que em sua maioria finge fazer alguma coisa, acaba por provocar a lenta e constante aniquilação do próprio planeta.

                Infelizmente os cuidados que deveríamos ter com as questões ambientais parecem não passar de uma grande mentira. Uma bandeira vazia, sem conteúdo real, que só serve para esquentar a guerra entre os gladiadores que visam o poder econômico e por consequência o poder político. Enquanto isso, a humanidade assiste passivamente a construção da sua própria aflição.

 

Walber Gonçalves de Souza e Miriam Rodrigues Ferreira de Souza são professores.  

 

                

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