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No apagar das luzes - *Walber Gonçalves de Souza
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Publicado em 03/12/2018

 

                Dezembro chegou e com ele a contagem regressiva para o início do novo ano, bem como para o fim dos atuais mandatos dos governadores e presidente da República.  Na prática significa não somente um novo ano, mas o início de um novo ciclo governamental onde as esperanças de milhares de brasileiros foram depositadas.

                Mas até o dia 1º de janeiro chegar vamos curtindo, se é que seja possível curtir, os últimos mandos e desmandos dos atuais governantes, que mesmo no apagar das luzes não param de agir de forma sórdida e antirrepublicana, deixando rastros de um legado maldito.

                Primeiro, com pouco exceções, não cumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal, que apregoa um equilíbrio racional das contas do Estado. Os próximos gestores herdarão uma máquina administrativa que beira a falência, repleta de dívidas, envolta em uma burocracia que só alimenta o desmando e com demandas sociais que já ultrapassaram a urgência. Nosso país está quebrado, não só financeiramente, mas de valores, princípios, perspectivas e principalmente, de tudo aquilo que possibilita uma vida vivida com dignidade, que deveria ser própria de todo e qualquer ser humano.

                Segundo, na esfera federal, o aumento para o STF (Supremo Tribunal Federal), que gerará um efeito cascata nas demais instâncias do poder judiciário e mais um rombo para os cofres públicos. Não estou aqui discutindo merecimento, nem tão pouco querendo julgar o salário de nenhum grupo social, mas nas atuais circunstâncias pelo qual o país passa e pelo que os Meritíssimos Juízes já ganham, seria o momento do aumento de salário? Se eles defendem que ganham pouco e que seus devidos salários estão desatualizados, torço para que um dia eles tenham a consciência de quanto ganha a maioria dos profissionais brasileiros.

                Terceiro, com todo respeito e dignidade que os detentos merecem, mas o STF ficar horas a fio, como tanta coisa urgente precisando de uma tomada de decisão, discutindo indulto de natal, é brincadeira, só pode ser gozação, escárnio, com o trabalhador honesto, que tanto trabalha e mesmo assim ainda nem sabe como vai passar a noite de Natal, pois não sabe se vai receber seus benefícios, como o 13º salário, principalmente se for o funcionário da rede pública de vários estados. Mais uma pérola proporcionada pelo Presidente Temer!

                Tudo que foi mencionado até agora foi o que ficamos sabendo pela imprensa, mas não duvido de decretos terem sido assinados sem o nosso devido conhecimento. Que medidas (os famosos Atos Secretos) tenham sido firmados. Pois no apagar das luzes os ratos que assombram os cofres públicos do Brasil, não param de se mexer e tentam a todo custo aproveitar até o último instante das benesses do poder e de como dele se aproveitar. Só espero que todos eles ainda venham encontrar a sua ratoeira com o fim do foro privilegiado.

 

*Walber Gonçalves de Souza é professor, escritor e membro das Academias de Letras de Caratinga, Teófilo Otoni e Maçônica do Leste de Minas

 

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