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Estelionato eleitoral: será mais um?
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Publicado em 23/10/2018

 

Semana decisiva para o Brasil. No próximo domingo estaremos voltando às urnas para escolhermos quem será nosso próximo presidente. Resta-nos agora optar por um dos dois nomes que apresentam duas ideias, dois projetos aparentemente distintos para o nosso país.

                De ideias e projetos, acredito que o brasileiro já esteja cansado. Desde a redemocratização quantos “contos do vigário” já foram contados e o pior, acreditamos piamente neles.

                Já vivemos a caça aos marajás, mas eles permanecem mais vivos do que nunca, sendo que muitos deles vivem justamente das regalias governamentais e delas engordando suas contas aqui e em paraísos fiscais.

                Já vivemos a era do combate à fome e a miséria, mas ela está aí viva, presente e enraizada nas estranhas em cada canto do nosso país, pois são milhares de famintos, que vivem como moribundos pelas ruas das nossas cidades ou de forma que beira a desumanidade.

                Já vivemos tantas coisas, já vimos tantos planos e sonhos se desfazerem em uma velocidade alucinante que às vezes ter esperança torna-se uma tarefa difícil. Mas sabemos que sem ela não há vida.

                No entanto o que mais vivemos é o famoso “estelionato eleitoral”. De campanha em campanha ele aparece. Promete-se mundos e fundos, são apresentadas soluções para todos os problemas, o que acaba proporcionando uma euforia por dias melhores. Na fase das promessas a esperança renasce e com ela um sentimento de altruísmo que agora vai, que o Brasil vai dar certo. Mas basta chegar o dia 1 de janeiro com a posse do eleito que o castelo dos sonhos começa a ruir. As medidas que são tomadas nem sempre seguem as prometidas, na verdade a maior parte delas.

                Mas viver em sociedade é assim, acreditar na democracia também é sonhar. E mais uma vez cada um de nós ao nos dirigirmos às urnas estaremos depositando nela a esperança  por dias melhores, pois independente de qual seja a nossa escolha ela representa para cada um de nós o que seria o melhor para o momento que vivemos.

                Todavia, o que mais queremos é que as promessas apresentadas durante a campanha não sirvam apenas para ganhar a eleição, que elas, na pior das hipóteses, sejam testadas de fato. Pois não suportamos mais tanta mentira e falsas promessas. O estelionato eleitoral enfraquece a democracia, cria seus monstros, permite que soluções antidemocráticas apareçam, o que seria de fato um retrocesso para a nossa nação.

                A urna nunca apontará um vencedor enquanto ela não apresentar o início das mudanças sociais que precisamos. Não queremos simplesmente a vitória do político. A urna deve representar a vitória da sociedade e dos seus anseios. Precisamos urgentemente reverter a lógica histórica que reina nas eleições no Brasil. Vamos mais uma vez sonhar!

 

Walber Gonçalves de Souza é professor, escritor membro das Academias de Lestras de Cartinga, Teófilo Otoni e Maçônica de Letras do Leste de Minas

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