Em que época estamos vivendo? Em que período evolutivo podemos afirmar que estamos? Por que nossas instituições não funcionam? O que leva nossos governantes serem o que são? Por que não somos uma nação desenvolvida? Por que não somos um povo educado, justo, patriota?
Uma coisa é certa, independentemente das respostas que daremos para as perguntas que abrem este texto, podemos afirmar com todas as letras do mundo: o povo brasileiro não aguenta mais tanto desmando e desgoverno.
Às vezes parece que estamos vivendo no Egito antigo, quando os faraós escravizam seu povo; ou no Império Romano, quando os Imperadores Romanos tratavam o povo a estilo pão e circo; e quem sabe na melhor das hipóteses no período medieval, quando o povo vivia para pagar inúmeros impostos, a fome e o analfabetismo eram uma regra geral.
Todavia podíamos perfeitamente estar na era dos reis absolutistas, quando denominados déspotas esclarecidos, utilizavam dos seus saberes para manipular ainda mais a população e instalar seus domínios e poderes.
O triste é perceber que a história se repete, e sem medo de errar e categoricamente, podemos afirmar que infelizmente vivemos a era do massacre governamental. Nossos representes políticos parecem ter aprendido um pouquinho com cada um dos governantes do passado e estão instalando o caos humano e social, que se manifesta nas entrelinhas da sociedade, perpetuando um sistema miserável que mantém o ser humano no seu estágio mais primitivo, de egoísmo, cobiça e capaz de atrocidades terríveis.
Pelo que se percebe, nossos governantes conseguiram juntar tudo em si: permitem a escravidão, através de um salário de fome; propagam a lide do pão e circo cada vez mais enraizada; jogam eleitoralmente com a fome, miséria, violência, o analfabetismo nas suas mais terríveis faces... na verdade ganham quando a sociedade está desfigurada, pois das mazelas nascem as infinitas promessas.
Continuamos massacrados pelos impostos, sem praticamente nenhuma contrapartida; somos massacrados quando nossos governos gastam mal e sem critério; somos massacrados quando a corrupção e o jeitinho insistem em fazer parte da máquina pública; somos massacrados quando não recebemos o salário em dia e pagamos juros altos; somos massacrados quando pagamos um valor absurdo a cada litro de gasolina; somos massacrados quando somos traídos pelos marqueteiros políticos, que insistem em transformar o lobo em um cordeiro; são tantos os massacres, que às vezes, ou não maioria delas, nos sentimos derrotados, sem esperanças, sem perspectivas de um presente melhor.
Até quando este massacre vai durar? Até quando esta forma de fazer política se perpetuará? Até quando, como diria Raul Seixas “ficaremos com a boca escancarada e cheia de dentes, esperando a morte chegar”? Até quando continuaremos a gritar “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”? E o massacre continua!
*Walber Gonçalves de Souza é professor e membro das Academias de Letras de Caratinga (ACL), Teófilo Otoni (ALTO) e Maçônica do Leste de Minas (AMLM).