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Dia da fraude - Walber Gonçalves de Souza
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Publicado em 28/11/2017

Muitos pesquisadores defendem que as pessoas evoluem, que os povos evoluem coletivamente, não só no sentido biológico, mas nas suas mais variadas formas, sendo elas emocionais, psíquicas e sociais. Portanto, sempre num processo de transformação, de crescimento e de desenvolvimento.

Acreditando que este pensamento esteja correto, fico me perguntando, quando passaremos de estágio? Quando daremos mais um passo na mencionada evolução? É sabido que vivemos um momento de transição onde o velho e novo se encontram buscando novos paradigmas para a existência humana. Por isso nos vemos mergulhados em uma época de inúmeras crises. Mas precisamos sair delas, ultrapassá-las, deixa-las para trás. Certos dilemas, ditames, valores e pensamentos não condizem mais com aquilo que deveríamos nos propor, que é justamente nos tornarmos seres melhores.

Deixando a filosofia de lado e sendo mais objetivo, a famosa “Black Friday” no Brasil ainda insiste em tantos casos ser a “black fraude”. E é justamente neste contexto que nasce esta reflexão. Por que gostamos de avacalhar tudo? De enganar? Ludibriar? De continuar misturando o jeitinho brasileiro em todas as coisas?

Com isso continuamos no descrédito, desconfiados e desconfiando de todos, pensando e afirmando que as pessoas não passam de espertalhões à espera da oportunidade para cometer os seus deslizes e mais uma vez conseguir se dar bem perante ao próximo.

Precisamos criar um sentimento de orgulho de sermos corretos e de fazermos as coisas na tentativa de acertar. Sabemos que errar é humano, mas devemos acreditar que acertar também é humano. Precisamos acreditar que podemos ser honestos, que não precisamos tapear para se dar bem, que cada coisa tem o seu tempo e sua hora.

Precisamos deixar este pensamento fraudulento que parece não querer sair das nossas ações. É possível sim fazer as coisas corretas, procurar a perfeição, haja visto que alguns povos se encontram bem próximos destes objetivos mostrando assim que é possível.

O dia de promoção mencionado neste texto, acaba por transfigurar aquilo que comumente fazemos todos os dias. Houve exemplos bacanas em várias lojas, claro que sim, seria injusto dizer o contrário. Mas o que pretendo aqui neste texto é ir além do ato de comprar e vender. Mas sim estimular uma reflexão sobre algumas situações que estão presentes neste dia. Observa-se consumidores mal-educados, briguentos, em alguns casos verifica-se até baixaria. Salvo as exceções, boa parte dos lojistas fantasiam algo que de fato não existe.

E assim vamos construindo nosso o país, a nação que ainda acredita que ser o “esperto” ainda é o melhor caminho. Tomara que a evolução não demore a dar os seus sinais por aqui.

 

 

Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor. 

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